quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Sobre as coisas do coração

14 de julho de 2007



"O que o coração uma vez possuiu e teve, nunca perderá."


Henry Ward Beecher

Despesa ou investimento?

16 de março de 2007

Sou daqueles que pensam que gastos com educação, saúde, habitação, agricultura, etc. deve ser considerado um investimento do Estado e não uma despesa. São recursos que tem um retorno certo, garantido, pra muitos anos provavelmente, desde que bem gastos e em quantidades adequadas.
O contrário, o que seria? Jovens e crianças sem escola, adultos sem emprego, idosos sem hospitais ou postos de atendimento pra procurarem, colonos sem terra pra plantar, ou pelo menos, sem condições mínimas de investimento. Seria, aí sim, o caos. Aí sim, o Estado teria despesas muito grandes, talvez com repressão, talvez com "terceirizações" ou "aluguéis" de serviços públicos.
No meu modo de tentar entender o que está ocorrendo no Iraque está relacionado com uma política pós-guerra equivocada, baseada na repressão. Creio que, se a política fosse educativa, no sentido de formar, educar, auxiliar, subsidiar, enfim dar assistência e apoio ao povo iraquiano, tenho a impressão de que a situação atual daquele país seria bem melhor e mais promissora.
Muitos rebeldes, jovens ou adultos, poderiam optar por ir à escola, ao posto de saúde, ir plantar, trabalhar, ou ir para casa, ao invés de exterminarem-se como homens-bomba, levando muitos inocentes com eles. Muitos escolheriam atividades sadias, em vez de tentarem medir forças ou quererem vingança contra os soldados aliados.
Diante disso, também nós aqui em nosso estado ou país ou cidade, estamos, de fato, investindo ou reprimindo? Que visão político-administrativa temos: despesas ou investimento?

Votar no partido ou na pessoa?

05 de outubro de 2006

O eleito sempre age de acordo com o partido. Raramente ocorre o contrário. Quando ocorre, o rebelde é punido com o isolamento em relação aos demais correligionários. Por isso, votar na pessoa é quase uma ingenuidade, pois se está levando em consideração aspectos pessoais, quando, na verdade, o critério deve ser político. Depois de escolhida uma ideologia, um partido, aí, sim, podemos escolher aquele candidato que mais se adequa aos nossos princípios morais e filosóficos. Do contrário, estaremos elegendo um candidato com idéias e atitudes muito diferentes das nossas, só por que achamos que ele/ela era uma boa pessoa. Depois, veremos que esse bonzinho na verdade pode ser comparado a um lobo em pele de cordeiro.

Plantação de eucalipto na metade sul do RS

05 de outubro de 2006

Muito interessante a abordagem do candidato do PV ao governo do estado do RS, Edison Pereira, ontem à noite, no debate exibido na afiliada da TV Globo aqui no estado (RBS TV). Ele citou os casos do norte do Espírito Santo e no sul da Bahia. Nestas regiões a Aracruz possui terras e foram plantados eucaliptos. O resultado foi que, do 2º ano em diante, criou-se um deserto verde nas terras "florestadas", e não só as que foram plantadas, lembrando o exemplo de um camponês que não quis vender a sua terra à empresa fabricante de celulose. A plantação de eucalipto passou ao lado da sua terra. Depois de algum tempo, nada mais nascia na sua propriedade. Nada. Uma miséria total para quem vive no campo.

O candidato prometeu executar sexta-feira, na esquina democrática (centro de Porto Alegre), quando o PV vai estar reunido ali, um vídeo que mostra justamente o chamado “deserto verde” que esse tipo de plantação gera, arruinando o solo.

É interessante também porque, no debate, o governador atual citou como bem-feitoria sua para o Rio Grande do Sul a vinda de fabricantes de celulose para a metade sul do estado.

Alertar e debater com a população da metade sul é importante para decidirmos até que ponto os benefícios e os prejuízos decorrentes desses negócios deverão ser considerados. Vou tentar conseguir esse vídeo prometido com o próprio PV.

O que esperar da eleição presidencial 2006

23 de julho de 2006

O Brasil é um país neoliberal. E o que é o neoliberalismo? Há alternativas ao capitalismo? Ainda se pode sonhar com soberania sem quebrar o país ou sofrer embargos?

Após a segunda guerra mundial, criou-se nos países capitalistas o “estado de bem-estar social” que protegia o cidadão do “berço ao túmulo”. A partir daí, muitas empresas públicas foram criadas. Esse sistema entrou em colapso na década de 70, devido a uma crescente inflação. O Estado estava muito pesado. Margareth Tatcher e Ronald Reagan, então, passaram a reduzir a participação do estado, basicamente na economia e serviços públicos, gerando então o neoliberalismo.

No Brasil, o neoliberalismo se acirrou a partir do governo Collor, em 1990. Atualmente, o neoliberalismo no país é constituído de altos impostos, que teriam como objetivo serviços públicos universalistas que, entretanto, são ineficientes (muitos variam de acordo com a renda), salários muito baixos (pensões, aposentadorias) e desemprego em massa.

O que pode fazer, então, aquele que for eleito em outubro? Para tomar outro caminho não se pode opor-se a tudo o que o capitalismo criou. Por exemplo, é necessário investir em tecnologia, inclusive preparando a massa trabalhadora para lidar com ela e, se necessário, financiar cursos no exterior com o objetivo de atualização e criação tecnológica. A ecologia é um dos temas atuais mais sedentos de políticas públicas (não só nacionais, mas, também, globais). As micro, pequena e médias empresas são as que geram mais empregos e arrecadação de impostos e devem ser incentivadas. Melhorar o serviços públicos gratuitos (saúde, segurança, educação, habitação, nutrição), fiscalizar com mais rigor os serviços públicos concedidos, semi-privados, etc., fortalecer as agências reguladoras, incentivar a participação da sociedade civil nas decisões, promover uma auditoria da dívida externa, que se torne geradora de mais recursos para a economia nacional.

Enfim, é hora de criar uma identidade de condução no Estado brasileiro, de forma que haja uma reação aos efeitos do neoliberalismo, já que ele é hegemônico e estruturalmente não se apresentam alternativas viáveis e/ou planejadas no momento.